Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
Mais informações: www.cm-sintra.pt

29.6.11

Peso Pesado: reflexões

Com a primeira temporada nacional a atingir a última fase e a segunda a entrar em fase de produção, apraz-me tecer algumas considerações sobre este reality show, um dos poucos que sigo. A edição nacional tem, até ao momento, misturado numa só temporada elementos e adaptações que o original americano tem desenvolvido ao longo das suas 7 ou 8 edições (creio).

No original biggest loser brinca com a conotação entre perdedor e falhado. O vencedor do concurso tanto pode ser o maior perdedor (de peso) como poderia ser o antigo maior falhado e que por tal motivo atingiria o peso condizente com os critérios de admissão. A edição americana, emitida na SIC Mulher, teve a tradução de O Peso Certo, brincando com a fonética do popular concurso O Preço Certo, apresentado na RTP1 por Fernando Mendes, e o objectivo final de que os concorrentes atinjam o peso certo para as suas constituições físicas. Já a edição nacional optou pelo título Peso Pesado, talvez para se descolar de eventuais confusões com o Preço Certo, mas este também conjuga a dualidade de interpretação: a alusão do peso de entrada no concurso e à capacidade de esforço e resistência exigidos ao vencedor.

Para quem seguia o formato americano, podemos ver concentrados na edição nacional a uma profusão de regras de jogo em constante alteração e que sintetizam as regras destas várias edições. Esta edição começou com os participantes a concorrerem em pares, depois em equipa e agora individualmente. É de salientar que as alterações de regras não são de conhecimento prévio dos concorrentes, vão sendo alteradas ao longo jogo.

Tal como na vida, julgamos que as regras de jogo são umas, mas estas são inesperadamente alteradas, obrigando-nos a alterar todas as estratégias ou planos futuros e testando a nossa capacidade de resistência a adaptação. O(s) jogo(s) e a vida testam continuamente a sobrevivência do mais fortes, seja física, espiritual ou intelectualmente. E, independentemente da circunstância, uma das mensagens a salientar é que senão nos esfalfarmos, não vamos a lado nenhum. Pena é que, também na vida, isso não implique que consiguemos sair do mesmo sítio.

Tendo sempre evitado reality show, levei igualmente o meu tempo a perceber o fascínio deste formato televisivo: o comportamento humano. Realmente, tem sido educativo analisar comportamentos, perceber os desgastes emocionais, as motivações e as estratégias de grupo e individuais, os valores e as eventuais éticas. E é impossível não transpor igualmente para as nossas vidas algumas das situações apresentadas e vividas.

Sem comentários:

Enviar um comentário