Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
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15.8.10

Quem quer ser bilionário?, Vikas Swarup

Gostei bastante do filme homónimo realizado por Danny Boyle. Tenho um jogo de tabuleiro do concurso. Sou viciada no jogo televisivo, no qual participei duas vezes. Logo, não é de espantar que não tenha resistido à leitura desta obra de Vikas Swarup.
Livro e filme apresentam algumas diferenças, sobretudo na ênfase dada a determinados aspectos da história, como a violência e a pobreza. No filme estas são mais explícitas, porque visuais, enquanto no livro não há discrições muito pormenorizadas. Também a história de amor ocupa mais tempo no filme, mas também o que seria do cinema sem histórias de amor.
O livro apresenta os capítulos estruturados de acordo com os níveis de perguntas do concurso, que remetem para determinados episódio, quase sempre cronológico, da vida do personagem e que de algum modo lhe permitiu saber a resposta necessária.
A mensagem subjacente quer ao filme quer ao livro é que a nossa sorte é construída por nós, através das decisões que tomamos, dos riscos que aceitamos e também pela persistência com que seguimos os nossos objectivos. A sorte é importante, não pode ser menosprezada, mas sem aceitar e estimar essa sorte, essa acaba por se esgotar.
A participação vitoriosa neste tipo de concurso comporta um grande factor de sorte: é necessário que saiam perguntas cujas respostas saibamos. Mas estes concursos devem grande parte do seu sucesso e fascínio por funcionarem como o RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências). Todos temos os mais variados conhecimentos e áreas de interesse, que muitas das vezes não são valorizados nem por quem nos rodeia, nem por nós próprios. Dai que estes concursos funcionem como um momento em que se pode afirmar e confirmar muitos dos conhecimentos adquiridos ao longo das mais variadas experiências. Tendo já participado, posso confirmar que, não menosprezando o desafogo financeiro que me proporcionou nos tempos seguintes, a sua importância para mim foi claramente maior a nível pessoal e sob vários aspectos: o orgulho dos meus pais, o reconhecimento de que o tempo que emprego a ler tem compensações, e a “coragem” de participar. E foi notório como muitas pessoas me passaram a olhar de outro modo e a respeitar.

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