Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

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29.6.10

bullying estatal


uma das falhas do nosso estado sempre foi a fiscalização, daí que muitos cidadãos se tenham habituado a não regularizar os seus incumprimentos. A verdade é que o estado perde(u) muito dinheiro, até porque, entretanto, vários processos acabam por prescrever. Num momento em que o estado necessita fazer dinheiro a todo o custo, este vira-se para os cidadãos em falta, o que é lógico.

Muitos destes cidadãos faltosos são-no propositadamente e até estão numa boa situação, outros são-no por ignorância ou por engano de terceiros. A maioria debate-se ao final do mês para pagar as suas contas, quando são confrontados com citações inesperadas, que complicam ainda mais a sua situação.

O que mais custa, além das eventuais dívidas, é o desprezo com que estes cidadãos são tratados. As citações mencionam números de processos, montantes em dívida e mil e uma formas de as regularizar, mas em momento algum se menciona a razão das dívidas. Quando o cidadão se dirige aos serviços, após maratonas de espera, percebe-se que algumas dívidas são antiquíssimas e até já prescreveram, o que poderá até ser um mal menor, pois eventuais comprovativos podem já não existir.

O que é triste perceber das várias conversas que se ouvem é que:

- os cidadãos não sabem o que pagam e porquê;

- se o estado falha, o cidadão é que paga, com juros, que não são poucos e são constantemente actualizados, tornando-se facilmente superiores às eventuais dívidas;

- a defesa dos interesses dos cidadãos depende apenas da solidariedade dos funcionários que os atendem.

A única conclusão é que o estado adoptou a estratégia do bullying para aterrorizar os cidadãos. Infelizmente, muitos caem na esparrela, acabando por pagar o que eventualmente devem e o que não devem.

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