Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

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15.4.08

casei com uma feiticeira


Casei… era uma série da década de 60 que nos fazia rir, que mais não fosse pela simplicidade dos efeitos visuais existentes na época, quando comparados com os actuais. A série tinha uma mensagem simples (como se comporta um homem com uma mulher feiticeira), as personagens eram estereotipadas (a mulher feiticeira/dona de casa, o marido boa pessoa mas totó, a sogra do “pior”, a vizinha abelhuda e as visitas muitas vezes inesperadas) e o humor era servido por bons gags e a expressão de estapafúrdio do actor/marido.

Trazer a série ao cinema tinha os seus desafios: a sociedade mudou, e o papel social das personagens tinha de ser actualizado; a tecnologia evolui e abriam-se novas possibilidades narrativas. Mas se tudo parecia apontar, ou possibilitar, um bom resultado final, no entanto, o filme é inócuo, há falta de melhor expressão.

O filme não é uma recriação da série. Antes, acompanha as peripécias da equipa de produção de procurava fazer uma nova edição desta série. O problema é que a actriz que interpreta a feiticeira é mesmo uma feiticeira. Assim, temos uma continua passagem das personagens filmicas para as personagens televisivas, o que se torna confuso, porque não há transformações visíveis entre as diferentes personagens. Ou seja, complica-se o jogo e ao complicar perde-se a magia da sua simplicidade.

Caso fosse uma adaptação à realidade actual, possivelmente seria mais fácil conseguir gags melhores e com os quais o público se identificasse. Afinal, histórias divertidas e inusitadas entre casais, com enganos e mal-entendidos, ainda para mais quando um dos elementos tem poderes mágicos, é um terreno que dá pano para mangas. Mas a solução adoptada, faz com se veja, não uma adaptação da série, mas sim uma comédia pobre sobre os meandros da televisão. E não é a mesma coisa.

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